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Check-up para começar o ano
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Veja a importância de se realizar exames médicos periódicos e quais são os principais para voltar aos treinos com todo gás em 2010
Por Fausto Fagioli Fonseca
Assim como um carro precisa de uma revisão aqui, ou uma troca de óleo ali, nosso corpo também exige um check-up de vez em quando para não nos deixar na mão durante a corrida. E não vá pensando que somente corredores iniciantes precisam passar pelo consultório antes de dar suas passadas. Quem já está há algum tempo no esporte também precisa de uma avaliação constante.
Apesar de quem corre estar em uma forma física melhor do que a de um sedentário, os problemas cardiovasculares, por exemplo, não escolhem hora para acontecer. Por isso, cuidado nunca é demais. “As pessoas que fazem exercício rotineiro não estão isentas de apresentar doenças cardiovasculares, embora o risco seja mais bem controlado desta forma”, explica Hélio Castello, cardiologista responsável pela área de hemodinâmica do Hospital Leforte, Morumbi.
“Todos devem realizar exames rotineiramente e isso independente se o
indivíduo é sedentário ou não. Claro que todos que ingressem em um programa
de atividade física devem realizar um exame inicial mais detalhado para que
se exercitem com segurança. O que muda depois da avaliação inicial é a
periodicidade das próximas consultas, que dependerá principalmente da idade,
se é portador ou não de alguma doença que deva ser acompanhada e da
característica da atividade física (competitiva, recreativa) que o indivíduo pratica”, completa Fabrício Naves, médico da equipe BR Esportes formado em Medicina Esportiva pela Unifesp.
Para quem sofre com algum problema de saúde, como citou Naves, a necessidade de ter os exames em dia é ainda maior. “Em casos de doenças pré-existentes como: hipertensão, diabetes e outras, ou algum antecedente familiar importante, é necessária uma avaliação mais frequente (cada 6 ou 12 meses dependendo do caso)”, fala Leforte.
Os exames
O primeiro passo da avaliação não começa em uma esteira super equipada nem com agulhadas pelo corpo. Ele começa na cadeira do consultório médico, através da conversa com o especialista. “A principal avaliação a ser realizada é a consulta com um especialista em medicina esportiva. Nela o atleta será interrogado quanto ao seu histórico de saúde e de atividade física”, fala Naves.
Caso o corredor não apresente suspeita de nenhuma doença, é hora dos exames laboratoriais. A pedido do O2 Por Minuto, os especialistas Hélio Castello, Fabrício Naves e Carlos Eduardo Polazzo Machado, Mestre em Fisiologia do Exercício Treinamento Esportivo pela UNESP listaram os principais procedimentos adotados.
Hemograma completo: Este teste serve para avaliar se o corredor está com anemia, doença que pode causar queda do rendimento.
Dosagem do colesterol: Os níveis de LDL (chamado de mau colesterol) e HDL (bom colesterol) no sangue podem ser determinados através de exames de sangue. O colesterol alto (LDL) pode causar maior risco para o surgimento de doenças cardíacas.
Triglicérides: Taxas altas de triglicérides estão relacionadas ao surgimento de doenças coronarianas.
Glicemia: Serve para identificar se o atleta está com diabetes. A doença pode reduzir o esforço físico do atleta.
Ácido úrico, creatinina e exame de urina: Servem para verificar a função renal. Caso os rins não estejam funcionando de maneira correta o atleta poderá ter baixa resistência à atividade física.
Além dos exames de sangue citados acima, são comuns para avaliação os testes físicos.
Teste ergométrico: Este teste é feito com o atleta caminhando ou correndo em uma esteira para que a atividade do coração seja monitorada. Serve para medir a pressão arterial, sintomas de cansaço, frequência cardíaca, dor no peito e falta de ar.
Ecodopplercardiograma: É um exame de última geração, que pode ser definido como um ultra-som do coração. Nele são avaliadas as estruturas cardíacas e seu funcionamento.
Ergoespirométrico: Normalmente é realizado juntamente com o teste ergométrico. Nele, uma máscara é acoplada ao rosto do corredor. Ela serve para captar as variáveis ventilatórias, como o VO2max e o limiar anaeróbio, que indica as zonas ideais para treinamento.
O atleta amador que não tem seu quadro clínico em dia pode vir a sofrer algumas complicações, como fala Hélio Castello. “Do ponto de vista cardiovascular são vários os riscos: o atleta pode simplesmente não conseguir completar a atividade, por ela ser inadequada para sua capacidade, pode ter câimbras mais frequentes, pelo exercício em excesso ou por distúrbios metabólicos ou, mais grave ainda, pode ter complicações sérias como: Infarto do miocárdio, arritmias de gravidade variável, disfunção aguda cardiovascular com edema de pulmão ou até morte súbita”.
Além dos testes citados, outros exames podem ser exigidos de acordo com as necessidades de cada paciente. Por isso, procure um especialista qualificado para não sofrer nenhum problema durante a prática da atividade física.
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Comentários
Gostaria de saber onde no Rio encontro lugar para realizar esse exame ergoespirometrico, pq já procurei em vários lugares e não encontrei, temos carência aqui também de profissionais de medicina esportiva, obrigada
Enviado por MARIA DO CARMO , Rio de Janeiro
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Muito boa reportagem. è sempre bom lembrar esta lista de exames médicos, pois alguns atletas, principalmente os mais jovens, por não sentirem grandes dificuldades transgridem essa regra fundamental .
Parabéns à o2.
Enviado por Sonia Rocha, Rio de Janeiro
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Excelente, tem que estimular os atletas a fazer esses exames. Prevenir sempre!
Enviado por twitter.com/correndopravida, Brasília
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Boa matéria! Bem ilustrativa!
Faço exames anualmente, o último check-up fiz em outubro de 2009...
Graças a DEUS, tudo ótimo!!!
Enviado por Flávio Cruvinel, Brasília
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